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Inteligência Artificial com Palavras e Letras.

  • Foto do escritor: Luis Manuel Silva
    Luis Manuel Silva
  • 7 de mar. de 2024
  • 5 min de leitura

Atualizado: 8 de mar. de 2024



O Homem Interroga a IA
Diálogo com a Inteligência Artificial


Como interpretar a Inteligência Artificial nas pesquisas da net?


Crises globais

Quem, como eu, percorreu toda a segunda metade do século XX e entrou no XXI; conseguiu sobreviver à guerra de África; viveu a Esperança do 25 de Abril; teve de suportar as crises económicas globais da primeira década deste século; passou pelas crises locais do país; atravessou a ameaça planetária da covid; estava longe de pensar em guerras como a da Ucrânia e Gaza; nunca se atreveria a imaginar o que seria o mundo da Inteligência Artificial, IA. A avaliar pelo que se passa com os atendimentos telefónicos das grandes empresas, e até nos balcões de atendimento ao público, não será difícil de prever que em breve seremos, em grande parte, governados pela IA.


O Transistor e as conquistas da mulher

Durante toda a minha vida acompanhei de perto o nascimento do transístor e vi como gerou infindáveis recursos tecnológicos na indústria, saúde, comunicações, linhas de montagem de automóveis e outras. Com algum saber e formação, dei conta da revolução que permitiu melhorar e tornar mais leve a vida de todos nós, sem esquecer o conforto caseiro.

Foi nesta área que me apercebi da libertação da mulher das tarefas rotineiras, pesadas e entediantes que não lhe deixavam tempo para pensar em mais nada senão no bem-estar do homem e filhos. Talvez tenha sido este cuidado que fez dela uma lutadora, prisioneira do lar, sem reconhecimento da importância que tinha na vida de todos nós como mulher, mãe e cuidadora.

Creio que foi o transístor — há quem diga que foi a pílula, e também é verdade — que mais contribuiu para libertar a mulher e fazer dela uma pessoa com mais tempo para pensar sobre o seu papel na sociedade.

Com o transístor e seus sucedâneos, até aos dias de hoje, a mulher conquistou o que nunca teve: tempo. Tempo que lhe foi dado pelas máquinas domésticas. Foi a primeira beneficiária destes equipamentos, e aos poucos, o seu universo começou a ser invadido pelo homem. Não haverá igualdade de tarefas em casa e no trabalho, mas também não se pode negar que o caminho está sendo feito. Os homens e as mulheres da minha adolescência não são os mesmos dos finais do século XX e estes também não são os mesmos dos dias de hoje.


Revolução tecnológica

Só mais uma observação. Passamos do transístor para os circuitos integrados; com eles fomos construindo computadores; à semelhança de Ícaro, ganhamos asas para ir à lua; demos um salto qualitativo muito grande na forma como comunicamos uns com os outros: rádio, jornais, televisão, telefone; chegamos ao final do século XX com telemóveis, internet e deixamos para trás o meio obsoleto da comunicação por cartas — pela minha parte, deixaram-me saudades. Agora, em pleno século XXI, até já temos carros que dialogam connosco e nos levam para todo o lado sem que seja necessário colocar as mãos no volante. Não é bem assim porque as leis não o permitem. Ainda.

Tudo isto tem por trás a IA. Apesar de ter saudades das cartas, sou um adepto fervoroso de tudo quanto nos permita aligeirar a vida para termos um pouco mais de tempo e sermos felizes. Gosto da ideia do tempo e da felicidade. Infelizmente, parece-me que as coisas não são bem assim. Podemos ter tempo, mas se não tivermos os meios materiais para dispor dele, de que nos serve o tempo?


A censura e o futuro da IA

Depois desta introdução, o que é que a IA tem a ver com tudo isto? Muito.

Tal como diz alguém, sou optimista por natureza, e acredito que a IA vai ajudar as novas gerações a viver melhor. Vai? Acredito que os homens sejam suficientemente inteligentes para se superarem no caminho da paz e progresso da humanidade.

Cada um de nós tem uma Besta dentro de si, que o digam os infelizes da Ucrânia e Gaza.

Para o meu trabalho, procuro informar-me com livros, artigos da especialidade e buscas na net. Ultimamente descobri os encantos da IA e confesso que me tem poupado muito tempo, com mais e melhor informação. A net é uma das grandes ferramentas de trabalho que tenho, no entanto, procuro usar o que debita com cuidado, depois de devidamente decantada.

Aqui há dias procurei obter informações, para precisar datas e acontecimentos, sobre as guerras da Ucrânia e Gaza — falo especificamente de Gaza, não de Israel. Não porque tenha alguma animosidade para com Israel, mas porque, e apesar das atrocidades cometidas pelo Hamas, Israel, ou Netanyahu, ultrapassou todos os limites da desumanidade —, para meu espanto, consegui obter algumas informações sobre a Ucrânia, já quanto a Israel, fiquei perplexo com uma completa névoa de neblinas.

Compreendo que tem de haver moralidade na net. Compreendo que informações que possam colocar em risco a humanidade devam ser acauteladas e tratadas com cuidado. Já não compreendo quando a IA me diz que se sente melindrada com o diálogo que lhe proponho.

Sou do tempo da censura em Portugal e dos livros embrulhados em papel de merceeiro quando estavam proibidos. Vejo com mágoa a venda da informação governamental disponibilizada aos russos. Não compreendo a censura a perguntas, que considero inofensivas, quando se trata de questionar o histórico do estado de Israel. E que histórico!

Vejo com apreensão o futuro da IA e a tentação do que ela representa para governos antidemocráticos veicularem a informação/desinformação prestada aos cidadãos e ao mundo, em geral. Estaremos seguros? Compete-nos ficar atentos e vigilantes, até com estados segregacionistas e pseudo-democráticos.


Vamos Votar

Domingo vamos votar. O meu desejo é que estejamos atentos e vigilantes, que todos votem, de acordo com a sua sensibilidade. Somos livres para o fazer e manifestar pelo voto o caminho que desejamos.

Temos liberdade, não temos censura. Oxalá assim continuemos por muitos e longos anos para bem dos nossos futuros.

Votemos em qualquer partido e deixemos que se entendam para governar. Com dispersão e muitas propostas na mesa, deverão estar à altura do voto que lhes foi dado para negociar o que for melhor para o país. É para isso que eles existem: governar de acordo com os vários interesses em jogo. Uma geringonça de esquerda, direita ou centro funciona melhor que um governo de partido único. Para os mais esquecidos, lembrem-se do que foram os governos cavaquistas com uma justiça cega e uma comunicação social amputada; para os de agora, têm a memória recente do último governo.

Votemos à esquerda, ao centro, onde quer que seja, mas votemos sem medo do papão da esquerda ou direita. Votemos! A geringonça, ainda que não tivesse outro mérito — teve muitos — teve, pelo menos, um: o mérito de derrubar o mito.

Derrubado o mito, acabou-se a prepotência da maioria.


 
 
 

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