Luis Manuel Pinto da Silva nasceu em Azurém, Guimarães.

Fez Cursos Industriais nas áreas de Eletricidade e Eletrónica. Mais tarde formou-se em Engenharia Eletrotécnica. O percurso académico foi construído em paralelo com a vida profissional: trabalho diurno, estudo noturno.

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Filho de um analfabeto, aprendeu a ler com o pai, que comprava jornais para acompanhar os grandes momentos que agitavam o país e o mundo — como as campanhas do General Sem Medo ou a execução de Caryl Chessman, o Homem da Lanterna Vermelha.

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No meio do percurso técnico, passou pela guerra em Angola, entre 1971 e 1974 — quatro anos de juventude e sonhos perdidos, como tantos da geração de sessenta e setenta.

 

O gosto pela escrita nasceu com os jornais do pai, os romances de cordel da mãe e as cartas que escrevia a pedido de analfabetos, para maridos e mulheres separados pela vida e a emigração.

 

Trabalhou sempre na área da eletricidade — participou na construção dos bairros de Lisboa, montou as primeiras bancadas de lapidação de diamantes na extinta Dialap (hoje RTP) e integrou os quadros do Banco de Portugal. Mais tarde, em Luanda, contribuiu para a construção da rede elétrica e das infraestruturas da Conferência dos Países Não-Alinhados. Regressou ao Banco, onde trabalhou até à reforma, em 1 de abril de 2013.

 

O primeiro curso de escrita criativa foi feito em combate, com cartas quase diárias durante dois anos.

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Muitos desses escritos foram guardados — ou esquecidos — num baú. Um dia, já reformado, ao remexer nos papéis, sorriu e perguntou:

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De quem serão estes manuscritos?

 

Desde então, deu voz a esse passado e entregou-se à escrita de longo fôlego. Dessa prática, feita de memória e experiência, nasceram os livros que agora entrega à justiça — nas mãos dos eméritos Juízes Conselheiros da Leitura Suprema.

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Espera que deem tanto prazer a quem lê como lhe deu a si, ao escrevê-los.

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